quinta-feira, 24 de junho de 2010

E se foi o dia 12, a vida segue...

Gente, sobrevivi a outro dia 12. E isso não é pouca coisa. Assim que como, pra muitos, esse dia serve pra troca de presentes e promessas, pra outros tantos serve pra cultivo de paranóia.
Eu cultivo paranóia. Ou cultivei até 2009. Este ano, embora tenha passado por um período 'introspectivo', não cultivei paranóia. Parei pra degustar várias histórias que não chegaram a passar pelo dia 12. E como foram boas, mesmo as não vividas...
Explico: têm muitas histórias que a gente idealiza, numa fase da vida em particular, por puro medo de fazer acontecer. Não tem nada que impessa, não tem nada que separe, mas a história não acontece por um detalhe mínimo: as pessoas não se conhecem. Oficialmente. Eu passei por mais de uma dessas. Ficava babando no guri e não tinha coragem pra chegar perto. E, entendam, estou falando de chegar a uma distância segura, não estou falando de traçar estratégias de conquista. Simplesmente, ser notada.
Parei pra pensar num post que lí no blog da Alice sobre as 'caixinhas' que a gente guarda cheia de lembranças. Se hoje eu tivesse uma dessas, com certeza teria um ítem relacionada a uma dessas paixões não percebidas. Um carinha pra lá de bacana que me fazia suspirar no tempo de colégio. Como bom bad boy que era, sempre tava cercado de mil pessoas, e enfiado em mil encrencas. Era simplesmente irresistível. Eu não conseguia imaginar um dia sem passar por ele no intervalo. Não quero cair na teoria que nós gostamos de mau caráter. Não é isso. Mas, na adolescência, os bad boys têm um charme todo especial. E esse tinha. Era lindo. De doer. E com toda aquela panca que nem o Rei do Pop apresentou no clip BAD. Ele era tudo, simplesmente. Vocês sabem qual o fim do guri?? Não, não foi preso, nem seguiu carreira de bad boy. Simplesmente, depois de muito tempo só (eu contei que ele não tinha namorada??), os amigos foram fazendo vida (algumas pessoas crescem e vão por esse caminho), outros sumiram do mapa, e ele passou a cuidar dos negócios do pai (falei que a família dele tinha dindin??). Começou a acompanhar a padaria, até assumir o lugar do pai, teve um filhote com uma garota que nem se sabe direito quem é, e teve que virar 'pãe' do nada. Por um desses desmandos da vida, o filho dele estudava com o meu. Falei pra vocês o quanto o tempo foi cruel com aquele rostinho lindo da escola??
Tá bem, eu sei que eu mesma não tenho mais o rosto e o corpo que tinha no colégio, muito menos a atitude, mas o impacto parece ter sido maior naquele corpo que já foi tudo de lindo. Ele tá acabadinho. Ou melhor, corrigindo, comunzinho. Mas, acabadinho ou não, ainda tem aquele jeitinho insolente de olhar pras pessoas, e uma segurança que ainda desconcerta. Não, não é exagero. Têm coisas que não mudam.
O que eu mais achei engraçado lembrando dessa história é ter acompanhado todas as pequenas reviravoltas que a vida dele passou, e constatar que eu ainda mantenho uma distância segura dele.

Nenhum comentário: