sexta-feira, 14 de novembro de 2008

O tempo todo vemos as pessoas entrando e saindo da arca de Noé, ou seja, formando (e deformando) pares. Apesar de sempre tirarmos um pouquinho a mais de noção de cada história que vivemos, podemos dizer o que nos leva a fazer nossas escolhas? E desfazê-las?!Tem pessoas que têm o dedo podre, e nem vou citar aqui as que conheço. Têm o dom de desperdiçar suas escolhas. Ou você nunca viu um casal e pensou: 'como isso pode acontecer...'?! Tenho uma amiga que sempre diz que toda a relação tem um feio e um bonito. Não fisicamente, claro. E começo a pensar que isso faz sentido.

Algum fator determina nossas escolhas. Na maioria das vezes acredito que seja o feeling. Claro que precisa um conjunto de fatores, mas quais são eles?!Exemplificando, uma amiga escolhe pela atenção dispensada a ela. Justo. Afinal, algumas pessoas precisam de mais segurança que outras na hora de mergulhar numa história. Ela sempre espera que o cara dê os primeiros 150 passos. Sem exagero. Não é uma conversinha, um cineminha, uma baladinha. São praticamente os doze trabalhos de Hércules. É um critério justo. Pode parecer insegurança, mimo, dengo, mas é justo. Outra escolhe pelas conversas e insinuações. Quanto mais divertida for a conversa, e quanto mais atitude tiver o cara, melhor. (Aqui vale registrar que, mesmo com todo o romantismo do mundo, atitude é tudo nos meninos). Lembro até de uma história genial que ela nos contou de uma carinha com quem saiu, estava tudo bem, dormiram juntos (literalmente) e quando ela acorda, cadê?! Sim, ele tinha virado nuvem. Nem sinal. Depois ouviu uma desculpinha básica, claro. Seja como for a sorte das pessoas, papo bom e atitude também são quesitos justos. Uma outra escolhe pela atitude e, pasmem, pela falta de histórico. Ou seja, quanto mais ex-namoradas tiver no currículo, mais longe passa dela. Motivo?! Simples: ela não procura um namorado, procura uma história, e pessoas com histórico de relacionamentos longos causam uma certa alergia nela (será que poderíamos criticá-la?!). Não tem aquela piadinha que quando o carro é de segunda mão já vem com os vícios da antiga dona?! É meio por aí que ela avalia.


Como romântica incorrigível que sou tenho que concordar com tudo isso. Claro. Depois de envolvidos, não tem mais jeito. Mas antes, todos os critérios do mundo passam a ser importantes. E digo mais: necessários. Por quê?! Não somos absolutamente racionais. Jogamos com risco calculado mas, ainda assim, jogamos com o risco. Somos emotivas. Se não listarmos critérios objetivos, já era. Passamos de uma história mal-sucedida a outra numa velocidade espantosa. Acha que não?! Reveja as suas últimas 3 histórias. Sou capaz de apostar que não foram todas bem sucedidas. Seria também capaz de apostar que não estavam dentro das expectativas. E isso me parece até bem normal. E não é (só) culpa do dedo podre.


Eu tenho problemas com escolhas. De todos os tipos. Sou romântica, meu feeling funciona a corda, não vai no automático. Tenho sempre que ficar de sobre-aviso... Segue um música que ilustra isso muito bem:


Tienen miedo del amor y no saber amar

Tienen miedo de la sombra y miedo de la luz

Tienen miedo de pedir y miedo de callar

Miedo que da miedo del miedo que da

Tienen miedo de subir y miedo de bajar

Tienen miedo de la noche y miedo del azul

Tienen miedo de escupir y miedo de aguantar

Miedo que da miedo del miedo que da

Tienen miedo de reir y miedo de llorar

Tienen miedo de encontrarse y miedo de no ser

Tienen miedo de decir y miedo de escuchar

Miedo que da miedo del miedo que da

Tenho medo de parar e medo de avançar

Tenho medo de amarrar e medo de quebrar

Tenho medo de exigir e medo de deixar

Medo que dá medo do medo que dá


Confuso?! Sim, sim, é. Mas é exatamente assim que me sinto perante as escolhas. E sei que não sou a única. Assim como não sou a única a procurar os motivos que nos levam a escolher... E escolher...

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